28 de novembro de 2010

Comboio Nocturno para Lisboa

           

Hoje terminei de ler o livro "Comboio Nocturno para Lisboa" de Pascal Mercier, pseudônimo literário do filósofo suíço Piter Bieri.

O romance é bem interessante e faz relatos das paisagens de Lisboa e Berna. A estória é sobre um professor de línguas antigas (latim e grego) chamado Raimund Gregorius que ao encontrar-se com uma mulher portuguesa, pronta pra saltar de uma ponte, tem a vida transformada por este encontro.

A palavra "português" e a conseguinte descoberta de um livro de título "Um ourives das Palavras" do autor Amadeu Inácio de Almeida Prado, leva-o a fazer uma viagem para Lisboa e para dentro de si mesmo.

O livro é capaz de manter o suspense até o final pois vários questionamentos vão sendo levantados no decorrer da leitura. Discute alguns aspectos da religião, da mente, amizades, o sentido de viver e etc.

O poeta do livro, Amadeu, está sempre em busca de si mesmo e quer de toda a forma eliminar a vaidade e orgulho de si, mas ao meu ver, acaba por ter vaidade do conhecimento, do saber. Parece que este enaltecimento do saber, de ser letrado, conhecer várias línguas, ser um leitor voraz, ter conhecimentos de música clássica, é de fato algo supervalorizado pelo autor do livro. Isto levou-me a pensar que eu gostaria de ler mais, de saber mais, de ser mais culta. Mas, pra quê? Para ter orgulho no final? Para obter mais títulos e reconhecimento alheio? Lembrei-me do texto de Eclesiastes 12:12 que diz “Ademais, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne” e 1:1 “Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade”.
É claro que quero ainda saber mais na vida. Na verdade tenho vontade de aprender de quase tudo um pouco (corte e costura, culinárias, línguas estrangeiras e etc.) porém, mais importante é sempre questionar as razões profundas de tais desejos. O Salmo 131 tem me acompanhado bastante  e diz: “Senhor, não é soberbo o meu coração, nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa criança é a minha alma para comigo. Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e para sempre”.

Já dizia Tim Maia: “de jeito maneira, não quero dinheiro, quero amor sincero, isto é o que eu espero, de jeito maneira não quero dinheiro eu só quero amar!
Pois é, quem quiser ler o livro, eu recomendo. Achei um tanto quanto melancólico, mas não diminui em nada o seu valor.

Àqueles que seguirem a dica e lerem o livro, boa leitura!

À todos,  até o próximo post!

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