Hoje terminei de ler o livro "Comboio Nocturno
para Lisboa" de Pascal Mercier, pseudônimo literário do filósofo suíço
Piter Bieri.
O romance é bem interessante e faz relatos das
paisagens de Lisboa e Berna. A estória é sobre um professor de línguas antigas
(latim e grego) chamado Raimund Gregorius que ao encontrar-se com uma mulher
portuguesa, pronta pra saltar de uma ponte, tem a vida transformada por este
encontro.
A palavra "português" e a conseguinte
descoberta de um livro de título "Um ourives das Palavras" do autor
Amadeu Inácio de Almeida Prado, leva-o a fazer uma viagem para Lisboa e para
dentro de si mesmo.
O livro é capaz de manter o suspense até o final
pois vários questionamentos vão sendo levantados no decorrer da leitura.
Discute alguns aspectos da religião, da mente, amizades, o sentido de viver e
etc.
O poeta
do livro, Amadeu, está sempre em busca de si mesmo e quer de toda a forma
eliminar a vaidade e orgulho de si, mas ao meu ver, acaba por ter vaidade do
conhecimento, do saber. Parece que este enaltecimento do saber, de ser letrado,
conhecer várias línguas, ser um leitor voraz, ter conhecimentos de música
clássica, é de fato algo supervalorizado pelo autor do livro. Isto levou-me a
pensar que eu gostaria de ler mais, de saber mais, de ser mais culta. Mas, pra
quê? Para ter orgulho no final? Para obter mais títulos e reconhecimento
alheio? Lembrei-me do texto de Eclesiastes 12:12 que diz “Ademais,
filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado
da carne” e 1:1 “Vaidade de vaidades, diz o Pregador; vaidade de vaidades, tudo
é vaidade”.
É claro que quero ainda saber mais na vida. Na verdade
tenho vontade de aprender de quase tudo um pouco (corte e costura, culinárias,
línguas estrangeiras e etc.) porém, mais importante é sempre questionar as
razões profundas de tais desejos. O Salmo 131 tem me acompanhado bastante e diz: “Senhor, não é soberbo o meu coração,
nem altivo o meu olhar; não ando à procura de grandes coisas, nem de coisas
maravilhosas demais para mim. Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha
alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe, como essa
criança é a minha alma para comigo. Espera, ó Israel, no Senhor, desde agora e
para sempre”.
Já
dizia Tim Maia: “de jeito maneira, não quero dinheiro, quero amor sincero, isto
é o que eu espero, de jeito maneira não quero dinheiro eu só quero amar!
Pois
é, quem quiser ler o livro, eu recomendo. Achei um tanto quanto melancólico,
mas não diminui em nada o seu valor.
Àqueles
que seguirem a dica e lerem o livro, boa leitura!
À
todos, até o próximo post!